Será que é possível utilizar o Ensino à Distância no dia a dia dos estudantes da Educação Básica? Sim, já é uma possibilidade entre algumas instituições de ensino – e não apenas as do Superior – distribuir parte de seus conteúdos em plataformas online, oferecendo aos estudantes diversas atividades com o apoio de recursos tecnológicos e inovadores.
O formato EaD pode servir de auxílio a modalidade homeschooling, de ensino em casa, que ainda não é regulamentada no Brasil. E por este motivo, poucas organizações e instituições oferecem este serviço, de aulas totalmente online para a Educação Básica.
Entretanto, existem educadores que defendem um modelo híbrido de educação, como ressalta Betina von Staa, responsável pelo CensoEad.Br da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed). Este modelo contempla a realização de aulas presenciais, com a complementação de ambientes virtuais de aprendizagem, onde seja possível propor atividades diferentes, disponibilizar mais conteúdos ou até mesmo criar fóruns de discussão.
A ideia é que as escolas possam apresentar grades curriculares diferentes, cada uma delas construindo seus diferenciais metodológicos. Considerando que os estudantes fazem lições de casa diariamente, atividade que já é realizada à distância, as novas tecnologias poderiam servir como um excelente recurso, para finalidades como essa.
Afinal, se hoje vivemos a era da realidade virtual e aumentada, faz sentido proporcionar aos estudantes experiências cada vez mais reais, dinâmicas, e imersivas. A fim de reter a atenção do jovem hiperconectado, a Educação à Distância, o acesso às informações e a diferentes formatos de conteúdo (vídeos, pdf’s, jogos,etc) a qualquer momento é um grande motivador.
Para aqueles estudantes que desempenham diversas atividades ao longo do dia, essa facilitação é um grande diferencial. Sem mencionar que geralmente os preços de cursos EaD são muito mais baratos, quando comparados aos presenciais.
Enquanto no Brasil, ainda se discute a possibilidade do homeschooling, diversos países já adotaram essa modalidade como Estados Unidos, Inglaterra, Canadá, China, Israel, França entre outros, para os anos iniciais do Ensino Fundamental (crianças de 6 a 10 anos). Nestes, boa parte dos estudantes estão matriculados em escolas virtuais.
Por exemplo, nos Estados Unidos, de 15% a 20% das crianças do país aderiram ao homeschooling. Dados recentes mostram que são aproximadamente 298.000 alunos matriculados em escolas virtuais, apresentando um crescimento de 450% em relação à 2006.
Como podemos ver, são centenas de milhares de estudantes destes países estudam em escolas virtuais, com aulas totalmente online, ou em escolas híbridas, que proporcionam aulas presenciais e virtuais.
No final de 2018, o Ministério da Educação (MEC) homologou as novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para o ensino médio e a Educação à Distância esteve contemplada nessas validações. Conforme as DCNs, a carga horária de aula online pode chegar a 30% para alunos do turno noturno, 20% para alunos do turno diurno e 80% para os estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA).
A Formação de professores para o uso de novas tecnologias e infraestrutura ainda são desafios para sistema educacional brasileiro. Contudo, cada vez mais os educadores têm se voltado para essas modalidades de trabalho, pois além das tendências de desenvolvimento de recursos tecnológicos voltados para a Educação, questões como segurança, comodidade e flexibilidade de horários, também são influenciadores neste processo.
A grande questão inerente ao EaD está em como as metodologias de ensino são inseridas no contexto tecnológico. Da mesma forma, como são produzidos os conteúdos e como os professores são instruídos para a utilização destes, a fim de orientar e promover uma educação de qualidade aos estudantes virtuais.
A influência tecnológica na educação vem criando discussões de um novo modelo educacional que atenda as necessidades da sociedade. Ainda que a tecnologia não resolva prontamente todos os problemas educacionais existentes, ela ajuda a aproximar as pessoas das informações e campos de conhecimentos.
Algumas plataformas constroem seus conteúdos para distribuição em massa, desconsiderando as particularidades dos indivíduos e rentabilizando os ganhos. É uma metodologia de massificação dos conhecimentos. Mas não confunda massificação com democratização. Democratizar é disponibilizar o conhecimento a todos e massificar é proporcionar o mesmo conhecimento.
As dificuldades que alguns estudantes enfrentam em ter que acompanhar as aulas presenciais juntamente com outros estudantes, ocorrem por diversos motivos. Grande parte deles se sentem entediados, insatisfeitos e infelizes com os modelos de ensino atuais. A customização permite maior flexibilidade na aprendizagem, podendo ser utilizada para reforçar os conteúdos que foram mal absorvidos pelo estudante ou, até mesmo, avançando em relação aos estudados em sala de aula.
A possibilidade de customização dos conteúdos, a exemplo do que oferece a youtzLIVE, plataforma de aprendizagem com aulas virtuais em tempo real, proporciona um aprendizado à distância que vem para aumentar o protagonismo e autodidatismo dos estudantes na busca pelo conhecimento.
Referências:
https://educador.brasilescola.uol.com.br/orientacoes/ead-educacao-basica.htm
https://www.revistaeducacao.com.br/discussao-sobre-ead-na-educacao-basica/
https://desafiosdaeducacao.com.br/educacao-a-distancia-no-ensino-basico/